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Descarbonização da economia: um futuro mais verde para o Brasil

O meio ambiente é um assunto vital para a humanidade. Ao longo dos tempos, a preocupação com essa pauta ganhou força com políticos, investidores, empresários, produtores e a sociedade em geral. Percebeu-se que sustentabilidade também é uma questão que impacta a economia. 

Para os Analistas do Banco Central, a responsabilidade socioambiental é um valor totalmente integrado às práticas de regulação e supervisão do Sistema Financeiro Nacional. E isso tem tudo a ver com a vida do cidadão.

O mercado de carbono vem crescendo. Mesmo com muitos desafios, existe o potencial de gerar grandes oportunidades, especialmente para o Brasil, um país com uma grande riqueza ambiental. Na prática, cada país recebe os benefícios pela redução de suas próprias emissões de gases que causam o efeito estufa. E, nesse processo, todos ganham: o país, a economia e o meio ambiente.

O que é a descarbonização da economia?

Atualmente, o modelo energético tem como matriz a utilização de combustíveis fósseis. A descarbonização da economia é a redução/eliminação da emissão de gases de efeito estufa, principalmente do gás carbônico. Isso é feito substituindo o uso das fontes de energia não renováveis e poluentes, como o petróleo e o carvão mineral, por fontes renováveis e limpas, como a energia eólica e a solar. A meta da descarbonização é alcançar uma economia com baixa emissão de carbono e barrar o aquecimento global.

Sustentabilidade é uma oportunidade 

Atualmente, a sociedade tem mais consciência sobre as questões ambientais e os próprios países estão mais rigorosos na regulação. Esse nível de consciência se ampliou recentemente para investidores que possuem políticas de governança voltadas para a questão ambiental. Com o mercado entendendo que a sustentabilidade é fundamental, pois impacta questões econômicas como estabilidade financeira e política monetária, a importância de promover soluções de descarbonização torna-se estratégica para o país. 

E não é preciso de exemplos complexos para entender essa importância. Basta ver o que acontece com a economia quando temos ondas de calor, geadas intensas, enchentes, secas e eventos que possuem grandes impactos no preço de alimentos, de insumos e de energia, afetando a inflação.  

Embora o assunto no mercado financeiro ainda seja recente, o Banco Central já possui iniciativas há bastante tempo. 

A Agenda de Sustentabilidade do Banco Central  

Há muito tempo, o BCB possui uma pauta ambiental e participa com protagonismo do debate sobre o tema. Na última década, o Banco Central editou diversos normativos relacionados à questão ambiental.

Em setembro de 2020, o BCB lançou a sua agenda de sustentabilidade como uma dimensão adicional da sua agenda estratégica para o desenvolvimento do sistema financeiro. O lançamento da Agenda BC# Sustentabilidade tem como objetivo liderar pelo exemplo dentro do SFN e entregar resultados concretos à sociedade, em consonância com as melhores práticas internacionais.

Ações da agenda sustentável – entregues e em andamento

O Banco Central possui um conjunto de medidas concretas organizadas em grandes temas. 

– Parcerias

O BC já formalizou diversas parcerias que possibilitam a troca de conhecimento e experiências sobre boas práticas ambientais: adesão à Network for Greening the Financial System (NGFS) e assinatura de memorando de Entendimento com a Climate Bonds Initiative (CBI).

Além disso, participa em cooperação técnica com a Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ) no projeto Finanças Brasileiras Sustentáveis (FIBraS).  

– Supervisão

Na área de supervisão, houve uma maior estruturação e ampliação da coleta de informações sobre riscos sociais, ambientais e climáticos e a realização de testes de estresse para riscos climáticos.  

– Ações internas

Em setembro de 2021, foi realizado o lançamento do primeiro “Relatório sobre Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticos”, sendo o BCB um dos primeiros bancos centrais do mundo a ter uma iniciativa desta natureza. Além disso, em dezembro de 2021, foi criado o Comitê de Economia Sustentável (ECOS) do BCB.

Entre as ações internas, também é importante ressaltar a inclusão de aspectos sociais, ambientais e climáticos na Gestão Integrada de Riscos do Banco Central.

– Políticas e instrumentos 

Nesse tema, destaca-se a inclusão de critérios de sustentabilidade para seleção de contrapartes na gestão das reservas internacionais e para a seleção de investimentos. 

– Regulação 

O Banco Central dialoga com a sociedade por meio da realização de consultas públicas. Em março e abril de 2021, o BCB lançou editais de consultas públicas que tratavam de diversas ações da agenda de sustentabilidade.

– Bureau de Crédito Rural Sustentável (Bureau verde) 

Baseado nos princípios do Open Finance, o Bureau busca permitir que beneficiários do crédito rural disponibilizem informações cadastradas no sistema a qualquer interessado, sem necessidade de intermediação de agentes financeiros. O Bureau será uma ferramenta para a gestão de risco pelas instituições financeiras e um passo importante para o desenvolvimento de um mercado de títulos verdes.

Os Analistas do Banco Central estão comprometidos com a agenda sustentável do Banco Central, auxiliando a criar as condições para o desenvolvimento de finanças sustentáveis no Sistema Financeiro Nacional.