A Associação dos Analistas do Banco Central do Brasil – ANBCB vem a público repudiar a recente fala do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que em evento na Fundação Getúlio Vargas comparou os servidores públicos a “parasitas”.
Como Ministro da Economia, o Sr. Paulo Guedes, deveria saber que suas declarações não são condizentes com a realidade e, ao propor uma reforma administrativa ao Parlamento, deveria munir-se de argumentos sólidos e não de ataques gratuitos aos servidores públicos.
No contexto de atuação dos membros da carreira finalística do Banco Central do Brasil, destacamos que:
- É inaceitável que os responsáveis pela estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e pelas políticas monetária, cambial e creditícia sejam tratados dessa forma;
- É injusto e antiético tratar como “parasitas” os responsáveis pela regulação, fiscalização e saneamento de inúmeras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, considerado um dos mais complexos do mundo;
- É inaceitável classificar desta forma servidores públicos que conseguiram estabelecer um mercado financeiro estável e bem regulado, em que os cidadãos brasileiros investem seu patrimônio com segurança;
- É desrespeitoso tachar de “parasitas” servidores públicos que garantem uma distribuição segura de numerário em um país de dimensões continentais, de modo a não faltar dinheiro em espécie para população brasileira; e
- A colocação do Sr. Ministro gera revolta e inconformismo ao intitular “parasitas” servidores públicos ganhadores do Central Banking Awards nas categorias gestão de riscos e melhor site, o que indica o excelente nível de comprometimento e transparência demonstrado pelos membros das carreiras desta Autarquia.
Sr. Ministro Paulo Guedes, o Estado reveste-se de personalidade através dos cargos e atribuições legais concedidas aos seus Servidores, sendo imprescindível que possuam prerrogativas como a estabilidade, para que não se tornem ferramentas de perseguição na mão de agentes políticos que integram Governos que, muitas das vezes, parecem ter pouco ou nenhum compromisso com as verdadeiras aspirações do povo. Portanto, não tente nos desonrar perante a população brasileira, ao contrário, abra canais de negociação e diálogo para benefício de toda a sociedade brasileira.